Do Quadradinho
Semana de filmes nacionais no JK Shopping
Para os amantes de cinema, uma dica mais do que legal para esta semana. Do dia 24 a 30 de setembro, as salas do Cineflix do JK Shopping exibem uma programação especial de filmes nacionais, é a 2ª Semana Tupiniquim Cineflix. Para essa edição foram selecionados sete longas-metragens de cunho autoral e circuito restrito que foram premiados em festivais nacionais e internacionais.
Entre as projeções estão alguns dos melhores lançamentos do cinema brasileiro desse ano. Os filmes que compõem a programação são: “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert, recentemente escolhido como o representante do Brasil no Oscar 2016; a comédia “Sorria, Você Está Sendo Filmado”, de Daniel Filho; o vencedor do Festival de Gramado “A Estrada 47”, de Vicente Ferraz; o elogiado drama “Casa Grande”, de Fellipe Barbosa; “Obra”, do diretor estreante Gregório Graziosi; o nostálgico “O Último Cine Drive-in”, do brasiliense Iberê Carvalho e o documentário “Cássia Eller”, de Paulo Henrique Fontenelle, que faz um retrato íntimo e visceral da cantora e compositora carioca.
A programação terá quatro sessões diárias, a partir das 15h.
Ótima oportunidade para conhecer alguns filmes nacionais que ainda não vimos!
Os filmes:
QUE HORAS ELA VOLTA?
Escolhido como candidato brasileiro na corrida pelo Oscar 2016, o comovente “Que Horas Ela Volta?” vem sendo destaque desde a sua estreia no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, de onde a produção saiu com o prêmio de Melhor Interpretação Feminina, dividido entre as atrizes Regina Casé e Camila Márdila. O filme, assinado por Anna Muylaert, também foi coroado com o Prêmio do Público da Mostra Panorama, no Festival de Berlim.
Devido ao sucesso alcançado, “Que Horas Ela Volta?” já teve distribuição em mais de 30 países, posicionando a cineasta Anna Muylaert como a primeira mulher a ter o seu filme vendido no exterior.
Sinopse: A pernambucana Val se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino vai prestar vestibular, Jéssica lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, como não deveria, a situação se complica.
CÁSSIA ELLER
Após produzir o premiado “Lóki”, sobre o irreverente Arnaldo Baptista, ex-integrante da seminal banda Os Mutantes, o cineasta Paulo Henrique Fontenelle retorna ao cinema com o retrato de mais um ícone da música brasileira: a cantora Cássia Eller. O documentário, apaixonado e apaixonante, vai além do mero registro da mulher por trás de canções marcantes, como “Malandragem” e “O Segundo Sol”, buscando traçar a trajetória de Cássia com a mesma sensação arrebatadora que ela tinha em cima e fora dos palcos.
A cinebiografia teve quatro anos de pré-produção, tempo que levou o seu realizador e equipe a pesquisarem sobre a vida de Cássia Eller e a coletarem o rico material que compartilham no documentário, com diversas imagens de arquivo e depoimentos reveladores.
Sinopse: Cássia Rejane Eller. Cássia Eller. Cássia. Uma poderosa força inquieta no palco, a timidez em pessoa fora dele. Um dos grandes nomes da música brasileira, Cássia Eller marcou a década de 1990 e chocou o país com sua morte precoce, em 2001. Um filme sobre a cantora, a mãe, a mulher que expôs sua vida pessoal e rompeu barreiras, deixando um belo legado social e artístico.
O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN
Com narrativa clássica e sentimento declarado de nostalgia, “O Último Cine Drive-in” é um filme afetuoso que traça uma verdadeira homenagem ao cinema. Inspirado em uma história real, o título reconta a história da resistência do último cinema drive-in do país, localizado em Brasília. O elenco de atores desconhecidos é encabeçado pelo veterano Othon Bastos, que também assina como produtor associado do longa.
“O Último Cine Drive-in” foi consagrado na última edição do Festival do Rio e no Festival de Gramado com quatro prêmios.
Sinopse: O jovem Marlombrando se vê obrigado a voltar à Brasília, sua cidade de natal, devido a doença de sua mãe. Lá, ele vai reencontrar seu pai, Almeida, dono do Cine Drive-in, há 37 anos. Ele insiste em manter vivo o cinema, mesmo não atraindo mais espectadores como na década de 70. Para isso, conta com a ajuda de apenas dois funcionários. Com a ameaça de demolição do Cine Drive-in e o agravamento da doença da matriarca, pai e filho vão ter que se unir e tentar reviver o passado.
OBRA
A arquitetura da cidade de São Paulo assume papel de importância no peculiar drama “Obra”, que marca a estreia do diretor Gregório Graziosi no cinema. Filmado em um preto & branco impecável, uma das referências do diretor para a construção do filme foi o cineasta italiano Michelangelo Antonioni, que também faz alusão em seus filmes à solidão e à opressão em meio ao espaço que vive os personagens. A paternidade e a preservação da memória também são temas abordados pela história.
Em menos de um ano, “Obra” foi exibido em importantes festivais no Brasil e no exterior, como Havana, Roma e Toronto. O filme conta no elenco com dois dos atores de maior destaque no cinema brasileiro contemporâneo: Irandhir Santos e o gaúcho Júlio Andrade.
Sinopse: Às vésperas do nascimento de seu primeiro filho, um arquiteto encontra uma ossada na obra que está prestes a iniciar. A descoberta desestabiliza sua vida, fazendo com que ele questione sua profissão, a cidade em que vive e até mesmo o relacionamento com sua esposa.
SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO
Refilmagem de um filme sérvio, “Sorria, Você Está Sendo Filmado” é uma comédia de erros que reúne um elenco de peso: Susana Vieira, Lázaro Ramos, Deborah Secco, Marcos Caruso, Juliano Cazarré, Lúcio Mauro Filho, Roberta Rodrigues, dentre outros atores conhecidos do grande público, estrelam uma história inusitada sobre um suicídio filmado em tempo real. Entre outras situações, o filme mostra como o comportamento das pessoas muda à medida que descobrem que estão sendo filmadas
A comédia foi rodada com uma só câmera e em plano fixo de 80 minutos, sendo que o espectador assiste como se estivesse acompanhando tudo por uma webcam. De baixo orçamento, trata-se de um dos filmes mais ousados do cineasta Daniel Filho, responsável por vários sucessos de bilheteria nos últimos anos, como “Se Eu Fosse Você” (2006) e “Chico Xavier” (2011).
Sinopse: Mathias é um solitário roteirista de piadas, que trabalha para a Rede Globo. Um dia, ele posiciona a webcam do seu computador e, diante dela, se mata com um tiro na cabeça. Não demora muito para que o porteiro Geneton, a faxineira Neide, o síndico Valdir e sua esposa Vera cheguem ao apartamento, onde encontram o morto. Eles chamam a polícia e, enquanto esperam, conversam sobre o ocorrido e suas próprias vidas. Tudo sob o olhar atento da webcam, que continua em pleno funcionamento.
A ESTRADA 47
“A Estrada 47” é um dos poucos títulos nacionais que retratam a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Pelo reconhecido valor histórico, o filme foi vencedor do Kikito de Ouro no Festival de Gramado, além de ter levado também o prêmio de Melhor Desenho de Som, comprovando o apuro técnico e estético da produção.
“A Estrada 47” é uma coprodução entre Brasil, Itália e Portugal e as filmagens foram feitas sob o rigoroso inverno italiano, já que a presença de neve era fundamental para a história. Os personagens da trama, interpretados por Daniel de Oliveira, Francisco Gaspar e Júlio Andrade – que também atua em outro filme da Semana Tupiniquim, “Obra” – são ficcionais e prestam tributo à memória dos bravos pracinhas que tiveram participação no combate contra os nazistas.
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, foram encaminhados mais de 25 mil soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira) para combater os inimigos, representados pelo Eixo: Alemanha, Itália e Japão. Quase todos de origem pobre e, em sua maioria, despreparados para o combate, os pracinhas tiveram que aprender na prática a lutar pela sobrevivência.
CASA GRANDE
“Primo” de “Que Horas Ela Volta?”, tanto pela qualidade inquestionável como pela temática que aborda em seu espinhoso roteiro, “Casa Grande” é um dos filmes nacionais mais elogiados do ano. O roteiro é inspirado na vida do próprio diretor, o jovem Fellipe Barbosa, que promove em sua obra uma interessante reflexão sobre a divisão de classes, o tratamento patrão/empregado e a desigualdade de renda no Brasil.
Com humor ácido, “Casa Grande” conquistou o público por abarcar diversas questões “veladas”, como o machismo e a decadência da elite, com admirável sagacidade. A produção foi o grande destaque do Festival de Paulínia no ano passado e foi premiado em festivais internacionais, como em Rotterdam, na Holanda, e em Toulouse, na França.
Sinopse: Hugo e Sônia são da alta burguesia carioca e levam uma vida bastante confortável. Aos poucos vão à falência, mas ninguém sabe de seus problemas financeiros, nem mesmo o filho Jean, que faz de tudo para se desvencilhar dos pais superprotetores. Para se manter, o casal corta despesas e ele, que só se preocupava com garotas e vestibular, enfrenta pela primeira vez a realidade.
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