Nosso Canto

A difícil arte de praticar o desapego

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Não adianta, acho que não nasci para ser desapegada. Sim, é isso mesmo. Não sei e acredito que nunca vou saber praticar o desapego. Isso não é novidade para mim, mas ontem conversando com uma amiga eu tive certeza. Estávamos falando sobre o futuro e sobre como estamos agindo para que as coisas saiam como sonhamos/esperamos. Nesse papo nos demos conta que talvez se desapegar de lugares/cidades/pessoas seria necessário. E foi nesse exato momento que a conversa praticamente morreu. Pq assim como eu, essa amiga também tem esse “pequeno” probleminha. E a gente finge que tá tudo bem, mas na verdade a gente não faz ideia de como resolver isso.

É muito fácil achar imagens bonitinhas e postar nas redes sociais que praticar o desapego é essencial. Aliás, o que não é fácil de fazer por trás de um celular ou computador, não é mesmo? Difícil é levar ao pé da letra, é levantar e sair atrás do sonho deixando no “meio do caminho” família, cidade, amigos, amores, história..

Li um dia desses algo que dizia que “estamos tão acostumados  a deixar nossas vontades de lado que quando nos colocamos em primeiro lugar nos sentimos culpados”. E não sei se algo um dia já me definiu tão bem. É uma culpa que não deveria existir, eu sei.. Mas como eu posso simplesmente sair por aí realizando meus sonhos pelo mundo sem estar perto das pessoas que amo, sem tê-las ali para compartilhar? Não me entra na cabeça.

Na conversa com minha amiga, ela comentou do medo de criar os filhos longe dos avós, perder nascimento de sobrinhos, etc. Não temos nem filho e nem sobrinho, mas rolou até um arrepio só de imaginar HAHAHAH sim, tapadas (e ainda bem que a tenho).

Pode parecer bobo isso de  ~ ter medo de perder um momento especial de alguém que amo por não estar perto ~ . HAHAHAH quando me ouço falando chega a ser meio ridículo. Mas eu sou assim mesmo. Uma vez, me disseram que esse meu jeito me faria perder muitas coisas. Me dei conta que tudo bem se eu perder algumas oportunidades, contanto que eu não perca tempo longe das pessoas que eu amo. Não julgo quem consegue, muito pelo contrário, rola até mesmo uma choradinha de “pq eu não consigo também, meu Deus”.

Acho que sou a pessoa que mais já ouviu o “desapega” na vida. Acho que não é pra mim. Eu sou apegada às pessoas, aos lugares e situações, mesmo sabendo que isso pode me atrapalhar E fazer mal. Eu me apego tão facilmente que até aquela pessoa que chegou, me fez rir, me fez bem e foi embora tem cantinho guardado no meu coração.

Não, isso não quer dizer que eu vá viver o resto da minha vida assim, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas. Quer dizer apenas que eu posso até ir, mas acho difícil demorar a voltar. E pq eu to aqui escrevendo isso? Pois é, também não sei, mas deu vontade.

Tenho 29 anos e até poucos anos atrás poderia estar classificada como baladeira. O tempo foi passando e hoje seleciono melhor os lugares que valem a pena frequentar. Assim como já falamos, não é sobre glamour, é sobre diversão de verdade. Sobre gastar com o que realmente vale a pena. Queremos levar para todos um conteúdo que não achamos por aí.

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