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O terrorismo das redes sociais

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Não é nenhum segredo dizer que eu resolvi emagrecer porque não estava satisfeita com meu corpo e queria ficar bonita. Para conseguir mais motivação resolvi mudar meu feed do instagram e passei a seguir todos aqueles perfis das saradas/marombas. Conheci histórias muito legais e que realmente me incentivaram a não desistir. Como isso tudo era um universo muito novo para mim, demorei algum tempo para conseguir identificar os famosos publipost disfarçados, mas esse não foi o maior problema que encontrei.

Sempre curti ver mulheres com o corpo que achava bonito para poder me inspirar. Pronto, o ideal seria esse: inspirar. Nas redes sociais, principalmente no instagram, ocorre uma deturpação de imagem absurda. As pessoas procuram certos perfis para se inspirarem e de repente são sugadas para um universo onde só aqueles corpos servem, se você não tem um daquele, você não presta. São perfis que promovem um verdadeiro terrorismo na pessoa que quer mudar. Só depois de meses que eu consegui começar a filtrar essas informações.

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A moça que é malhada e posta mil vídeos na academia coloca uma foto da Sabrina Sato e fala “olha para a bunda da Sabrina e cospe agora o chocolate que você está comendo”. Não é legal fazer isso. Já perdi a conta de quantas imagens promovendo exageradamente o culto ao corpo perfeito que eu já vi. Nem todos nós somos capazes de alcançar aqueles padrões, e essas postagens fazem com que você se sinta inferior por isso. Muitas foram as vezes em que vi postagens com a foto de uma pessoa acima do peso com a legenda do tipo “coma pizza e você vai ficar assim”, “olha o que o chocolate faz com você”.

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Eu só consegui perceber esse tipo de postagem depois que já tinha emagrecido, ou seja, eu já estava mais tranquila com o eu corpo e diminuí com a obsessão. E desde então eu me incomodo muito com isso. Todo mundo que decide mudar o corpo não está satisfeito com a forma atual dele, esse tipo de publicação faz com a pessoa se sinta pior ainda. Ao invés de motivar, é capaz do seguir se sentir mais inferior e mais triste do que ele já está. Em casos extremos, onde a pessoa já está fraca, pode promover o surgimento de alguma doença de transtorno alimentar.

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Além de alimentar só a preocupação com o corpo, seria ideal se essas pessoas mais influentes falassem da importância que isso é na saúde, de quais são os riscos de ter muita gordura açulada no corpo. Durante o meu processo eu fui vendo como a minha saúde melhorou, não fico mais resfriada o tempo todo, minha garganta nunca mais doeu, minha disposição é outra. Sem contar no condicionamento físico, antes eu ficava cansada por qualquer coisa. Hoje, eu continuo pela minha saúde e pelo meu corpo. Sim, eu não vou mentir e dizer que preocupo só com a minha saúde. Eu me sinto muito feliz em ver uma imagem que eu gosto no espelho, minha autoestima está muito melhor. E isso é muito subjetivo, a minha imagem ideal pode não ser a sua, a sua imagem ideal pode não ser a minha, e assim por diante. O que temos que fazer é respeitar o próximo e deixá-lo viver em paz com as decisões dele.

Não, você não precisa ser igual àquela moça para ser feliz, escolha você o seu padrão e conviva com ele. Quer ser magra? Seja! Não se incomoda por estar acima do “peso ideal”? Seja feliz com ele! Quer ser fisiculturista e ostentar músculos grandes? Seja e seja feliz! Ninguém pode definir isso para você, apenas seja feliz com você mesmo, e do jeito que escolher.

Meu conselho é somente para tomar cuidado e não deixar as redes sociais te influenciar muito. Tanto na imagem quanto na alimentação. Não é por que a moça não come glúten que você não tem que comer. Procure um profissional que você confie e siga as orientações dele. Tente ao máximo não se deixar levar pelas dicas que na maioria das vezes são patrocinadas. Não se sinta culpada por “jacar” no final de semana. Faz bem comer algo que a gente gosta, só não pode fazer todo dia, por que aí vai desandar tudo. Comer um bolo na festa do seu sobrinho não vai te fazer engordar 5 quilos. Mas o mais importe é isso, se você não quer comer, que isso seja uma decisão sua, que não seja baseada naquela foto que você viu na rede social.

Tem 29 anos, é de Brasília e já se divertiu muito por aqui. Com o passar da idade sentiu que ficou cada dia mais difícil saber quais são os locais que valem a pena sair de casa. Por isso decidiu colaborar com quem também está em busca de boas opções para se divertir, comer ou descansar em Brasília.

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